segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dica 01




Filme.: Bastardos Inglórios
Diretor.: Quentin Tarantino
Elenco.: Brad Pitt, Eli Roth, Cristoph Waltz.
Resumo do Roteiro.:
Durante a segunda grande guerra, um grupo de judeus forma um pequeno exército de resistência aos nazistas chamados “Bastardos Inglórios”, capitaneado por Aldo Raine (Pitt), um americano do Tenesse. O filme conta os feitos desses combatentes frente aos alemães (e seus métodos pouco convencionais, como o escalpe) em uma França ocupada de forma bastante violenta e com um desfecho surpreendente.
Comentário .:
O filme é a maior realização de Tarantino, trata-se de um ensaio curioso sobre toda a sua obra e a materialização de todo o seu estilo em plenitude. Ao longo da narrativa é possível vislumbrar toda a essência do cinema desenvolvido pelo diretor e o auge de toda a sua evolução e personalidade.
Os filmes de guerra transformaram-se em um gênero dentro da história do cinema e têm entre seus clássicos : “A ponte do Rio Kway”,“Apocalypse Now”, “Platoon”, dentre outros. Nas últimas décadas, alguns diretores, revisitaram o tema em bons filmes como “O resgate do soldado Ryan” e “Falcão Negro em perigo”.Na verdade, essa informação vale pouco ou quase nada, no caso de “Bastardos Inglórios”, pois o fato de ser um filme de guerra é um mero detalhe, na verdade é um filme legítimo de Tarantino e ponto. A trilha sonora bem escolhida que traz de Morriconi a Bowie, pontuando os momentos mais dramáticos da película, os diálogos bem construídos, num misto de sarcasmo, cinismo e fúria tão próprios de suas obras.Além de tudo, como se não fosse pouco, traz ,sem dúvida nenhuma , as melhores performances de um elenco sob os cuidados do diretor em questão. O coronel Hans Landa vivido por Waltz magnetiza e traz tensão quase constante à tela, é um personagem catalisador que demonstra toda a insanidade, sadismo e megalomania do que foi o nazismo e poucas vezes alguém conseguiu encarnar o mal de forma tão pungente. O “caipirão” Aldo Raine (Pitt, cada vez melhor) faz um belo contraponto à Landa trazendo, por que não dizer , leveza (se é que isso é possível num cenário de extrema violência como o que ocorre no filme). A ironia máxima foi fazer Eli Roth, diretor do grotesco “O Albergue” ,atuar como o “Urso Judeu”, o Bastardo mais violento. De qualquer maneira, Tarantino se utiliza da Segunda Guerra para dissecar seu tema favorito: a vingança, só que agora, ao invés de tratar de uma revanche pessoal como em Kill Bill, ele trata de um acerto de contas com a história, impiedosamente, expondo toda a sanha do povo germânico naquele conflito, o que imagino deverá constranger bastante a todos naquele país, pela forma crua como ele o faz.

Finalmentes.:
É o melhor filme do ano, você deve ir, principalmente se gosta de cinema e ,mais ainda, se gosta de Quentin Tarantino.
PS: A seqüência inicial do filme é imperdível, se você se atrasar, assista a próxima sessão.